O projeto dos aterramentos das estruturas de uma LT deve ser precedido pelas atividades de levantamento das informações necessárias para a sua elaboração. O projeto inicia-se com o levantamento de informações que subsidiam o planejamento da campanha de sondagens geoelétricas a ser realizada, com a determinação dos equipamentos e das técnicas de medição a serem utilizados:
-Localização e identificação das torres ao longo da LT em coordenadas geográficas);
-Investigação prévia da estrutura geológica regional, com a classificação dos tipos de solo existentes por meio de investigações visuais, sondagens geotécnicas, mapas cartográficos de solo e levantamentos geofísicos da região de implantação da LT;
- Emissão de uma especificação da campanha de medições de resistividades aparentes do solo a ser realizada.
A seguir são apresentadas informações preliminares para a elaboração do projeto de aterramento da LT:
-Topografia ao longo de todo o corredor do traçado planialtimétrico da LT e da faixa de passagem especificada;
- Formas de uso e de ocupação do solo, caracterizando áreas rurais e urbanas, e de preservação ambiental;
- Obstáculos existentes ao longo do traçado da LT que podem interferir na determinação das fases de contrapesos das torres;

PROJETO DE ATERRAMENTO DAS ESTRUTURAS
Para efeitos de padronização e facilidade dos trabalhos de campo, o projeto determina, inicialmente alguns arranjos de contrapeso, em que o comprimento total dos condutores é crescente. Estes arranjos são denominados fases do aterramento e numerados a partir de zero ou um, a critério do projetista, sendo a fase inicial a configuração mínima exigível para todas as estruturas. A configuração da fase inicial depende do tipo de estrutura e da faixa disponível para lançamento do contrapeso.
- Quando a estrutura com um ou dois postes, o contrapeso é lançado a partir da(s) base(s) do(s) poste(s), formando um ângulo de 45° com o eixo da LT, em direção ao limite da faixa de passagem ou de serviço, conforme o caso. Daí em diante, o contrapeso segue paralelamente ao eixo da LT.
- No caso de estruturas metálicas autoportantes, o contrapeso é lançado a partir de cada pé, formando um ângulo de 45° com o eixo da LT, em direção ao limite da faixa de passagem ou de serviço, conforme o caso. Daí em diante, o contrapeso segue paralelamente ao eixo da LT.
- Já para estruturas estaiadas, o contrapeso é lançado a partir da(s) base(s) do(s) mastro(s) em direção aos pontos de fixação dos estais, onde é feita a interligação do contrapeso com os estais. A partir deste ponto, o contrapeso segue em direção ao limite da faixa de passagem ou de serviço, conforme o caso. Daí em diante, o contrapeso segue paralelamente ao eixo da LT.
Quando do lançamento dos contrapesos próximo ao limite da faixa de passagem, eles devem obedecer a uma distância mínima de 1 m do limite da faixa; já para lançamento dos contrapesos na faixa de serviço, o projetista deve avaliar a conveniência de utilizar dois contrapesos ou um só, sendo, neste caso, lançado no eixo da faixa.
-A determinação da fase do aterramento para cada estrutura deve ser feita com base no modelo de solo obtido e no valor de projeto para a resistência de aterramento. O projeto do aterramento de estruturas em área onde os levantamentos preliminares previram a circulação regular de pessoas na faixa de passagem da LT deve atender aos aspectos de risco de tensões de passo e de toque perigosos, assim como de transferência de potenciais perigos para as instalações vizinhas.


QUANTAS FASES O ATERRAMENTO DEVE POSSUIR
Fase I – Cabo contrapeso com 25 metros de comprimento;
Fase II - Cabo contrapeso com 50 metros de comprimento;
Fase III - Cabo contrapeso com 75 metros de comprimento;
Fase IV- Cabo contrapeso com 25 metros de comprimento
CONCEITO DO COMPRIMENTO EFETIVO
Considerando a configuração convencional de aterramento de estruturas de linhas de transmissão, que corresponde ao sistema de cabos de contrapeso, o valor da impedância impulsiva de aterramento é reduzido com o aumento do comprimento dos contrapesos até um limite chamado comprimento efetivo. A partir desse comprimento, incrementos adicionais na extensão dos contrapesos não resultam na redução da impedância impulsiva de aterramento. O conceito de comprimento efetivo está associado à forte atenuação a que é submetida a corrente do raio que se propaga ao longo dos cabos de contrapesos, a partir do ponto de injeção na base da torre.